Durante os dias 5 e 15 de outubro, a capital carioca se transformou num palco dedicado ao que há de melhor na sétima arte mundial, sediando a 25ª edição do Festival do Rio.

Um conteúdo formado por curtas, longas e animações foi exibido em várias salas espalhadas pela cidade do Rio de Janeiro e, na noite de ontem (15), domingo, aconteceu a premiação do evento, que reuniu dezenas de filmes nacionais e estrangeiros.

Realizada no Cine Odeon – Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, a cerimônia foi conduzida pelos atores Carla Cristina Cardoso e Bukassa Kabengele. "É importante que o Festival do Rio exista, que muito festivais de cinema existam para atender a um cinema cada vez mais vibrante. Muito obrigada por terem nos enchido de alegria, e terem enchido as salas de cinema de alegria", disse a diretora do Festival, Ilda Santiago, ao subir ao palco do Odeon.

Na mostra competitiva Première Brasil, "Pedágio", dirigido por Carolina Markowicz, se destacou ao levar os troféus de Melhor Atriz (Maeve Jinkings); Melhor Ator (Kauã Alvarenga); Melhor Atriz Coadjuvante (Aline Marta Maia) e Melhor Direção de Arte (Vicente Saldanha).

Markowicz, laureada na categoria de Melhor Primeira Direção do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro com "Carvão", seu longa de estreia, voltou a chamar a atenção à frente do filme, lançado internacionalmente no Festival de Cinema de San Sebastián. O longa conta a história de uma atendente de pedágio que, inconformada com a orientação sexual do filho, comete delitos na tentativa de financiar uma cura para a sua “doença”.

Dirigido por Guto Parente, "Estranho Caminho" figurou na lista de pré-selecionados para representar o Brasil no Oscar 2024, e ganhou os prêmios de Melhor Ator Coadjuvante (Carlos Francisco) e Melhor Roteiro (Guto Parente).

Já "Levante", que trata de assuntos como sororidade e o direito das mulheres ao próprio corpo, já havia sido reconhecido com o prêmio FIPRESCI, o Prêmio da Crítica Internacional, como melhor obra das seções paralelas do Festival de Cannes. No Festival do Rio, o longa levou os troféus de Melhor Montagem (Eva Randolph) e Melhor Direção de Ficção (Lillah Halla). Por fim, o prêmio de Melhor Filme de Ficção ficou com o elogiado "A Batalha da Rua Maria Antônia", de Vera Egito.

Confira os demais premiados na Première Brasil:

Melhor Curta: "Cabana", de Adriana de Faria.

Melhor Documentário: "Othelo, o Grande", de Lucas H. Rossi dos Santos.

Melhor Direção de Documentário: Daniel Gonçalves, por "Assexybilidade".

Menção honrosa: "Black Rio! Black Power!", de Emílio Domingos.

Melhor Atriz: Maeve Jinkings, por "Pedágio"; e Grace Passô, por "O Dia Que Te Conheci".

Melhor Fotografia: Evgenia Alexandrova, por "Sem Coração".

Prêmio Especial do Júri: "O Dia Que Te Conheci", de André Novais de Oliveira.

PRÊMIO FÉLIX HOMENAGEIA NANDA COSTA E LAN LANH

Criado para celebrar o cinema e as narrativas com temática LGBTQIAPN+, o Prêmio Félix laureou artistas em seis categorias em 2023. Dentre elas, o Prêmio Suzy Capó - Personalidade do Ano foi compartilhado pela atriz Nanda Costa e pela compositora e percussionista Lan Lanh, casal que vem se destacando nas artes pela qualidade de seu trabalho profissional.

As duas, que conversaram enquanto discursavam no evento, falaram sobre o início do romance e da luta pelas causas LGBTQIAPN+: "Quando subi neste palco pela primeira vez, para receber o prêmio pelo filme da Sandra aqui no Festival, minha namorada estava sentada ali. E eu não pude comemorar com ela. Eu estava realizando um sonho, mas não me senti inteira. Hoje, estou aqui com minha mulher, minhas filhas, minha família", disse Nanda, relembrando o Troféu Redentor de Melhor Atriz conquistado por ela em 2009, por seu trabalho em "Sonhos Roubados", filme de Sandra Werneck.

O Prêmio Félix ainda reconheceu "Sem Coração", de Tião e Nara Normande, como o Melhor Filme Brasileiro, e "20.000 Espécies de Abelhas", de Estibaliz Urresola Solaguren, como Melhor Filme Internacional. O prêmio de Melhor Documentário foi para "Orlando, Minha Biografia Política", de Paul B. Preciado. A Menção Honrosa ficou para "Assexybilidade", de Daniel Gonçalves, e o Prêmio Especial do Júri foi entregue a "Tudo O Que Você Podia Ser", de Ricardo Alves Jr.

PREMIÈRE BRASIL - NOVOS RUMOS

A Novos Rumos é uma mostra competitiva dedicada aos novos realizadores e novas linguagens da produção audiovisual brasileira. A seleção deste ano contemplou tanto ficções quanto documentários nos formatos curta e longa-metragem, analisados por um júri presidido pelo ator Johnny Massaro e composto por Beatriz Seigner, Jéssica Ellen e Pedro Bronz.

Os votantes elegeram "Saudade Fez Morada Aqui Dentro", de Haroldo Borges, como Melhor Longa, e "Dependências", de Luisa Arraes, como Melhor Curta. O troféu de Melhor Direção ficou para Ricardo Alves Jr., por "Tudo O Que Você Podia Ser". Já o Prêmio Especial do Júri foi "A Alma das Coisas", de Douglas Soares, e as menções honrosas foram dedicadas a "Iracemas", de Tuca Siqueira e a "Bizarros Peixes das Fossas Abissais", de Marão.

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