Marco da Retomada do Cinema Brasileiro nos anos 1990, “Carlota Joaquina, Princesa do Brazil” (1995) completa 30 anos em 2025 e retorna aos cinemas em cópias remasterizadas em 4K. O relançamento do primeiro longa dirigido por Carla Camurati, produzido por ela e por Bianca de Felippes, acontece em 14 de agosto e conta com o patrocínio da Petrobras, num período marcante para a sétima arte brasileira: o ano em que o país conquista a primeira estatueta do Oscar, com “Ainda Estou Aqui” (Melhor Filme Internacional).

“Carlota Joaquina, Princesa do Brazil” cativou o público com sua crítica bem-humorada à formação do Brasil, aliada a uma linguagem estética inovadora. Estrelado por Marieta Severo como Carlota Joaquina — vivida na infância por Ludmila Dayer —, Marco Nanini como Dom João, Marcos Palmeira como Dom Pedro I e Vera Holtz no papel de Maria Luísa de Parma, o filme retorna ao circuito em cópias acessíveis e restauradas digitalmente. A nova exibição alcançará os cinemas de dez capitais brasileiras - a lista será divulgada em breve.

“‘Carlota Joaquina, Princesa do Brazil’ fala com leveza de um país erguido sobre privilégios, acordos de conveniência e relações de poder — temas que, infelizmente, ainda ecoam na nossa realidade. O filme se reafirma como um retrato provocador da nossa história, mas também como um espelho, por vezes desconfortável, do presente.”, declara Carla Camurati, que assina também o roteiro ao lado de Melanie Dimantas.

A narrativa se passa entre o fim do século XVIII e o início do século XIX. Aos dez anos, Carlota Joaquina é prometida a João, de Portugal. Talentosa e instruída, a jovem princesa é aprovada pela corte espanhola e enviada a Lisboa, onde se depara com um destino bem menos glamouroso que o retratado nos quadros e protocolos da nobreza. João, de temperamento introspectivo, prefere o canto sacro e o cultivo de flores à companhia da nova esposa. Com a morte do príncipe herdeiro e o agravamento da saúde mental da rainha D. Maria I, o casal acaba elevado ao trono português. Em meio às turbulências provocadas pela Revolução Francesa e pelas ameaças de invasão napoleônica, a corte portuguesa realiza uma fuga histórica e silenciosa para o Brasil — episódio que marca uma reviravolta no destino da colônia e dá origem a uma nova fase da história luso-brasileira.