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O que foi a Revolta dos Malês? Saiba mais sobre o tema do novo filme de Antonio Pitanga
Com estreia marcada para outubro, ‘Malês’ destaca a maior revolta de escravizados da história do Brasil

Distribuído pela Imovision, o aguardado “Malês”, novo filme dirigido por Antonio Pitanga (‘Na Boca do Mundo’), teve seu trailer completo revelado há poucos dias. A prévia, que pode ser vista acima, introduz uma trama que narra um dos capítulos mais marcantes, e por vezes esquecido, da história do Brasil: a Revolta dos Malês.
Baseado em fatos, o longa retrata o maior levante organizado por pessoas escravizadas no nosso país. Além disso, o filme pretende mostrar as difíceis condições de vida de homens e mulheres negros na Bahia do século XIX, enquanto combatiam o racismo extremo, a pobreza e a intolerância religiosa.
Com estreia marcada para outubro deste ano, “Malês” traz para as telonas um movimento de resistência que marcou profundamente a luta contra a escravidão no Brasil.
O QUE FOI A REVOLTA DOS MALÊS?
Durante o século XIX, a Bahia emergiu como um dos principais epicentros de rebeliões escravas, já que a província estava entre as que mais recebiam africanos traficados para o trabalho forçado. Apenas na primeira metade do século, foram registradas cerca de 30 revoltas de escravizados, sendo a mais conhecida delas a Revolta dos Malês.
O levante ocorreu em Salvador, no mês de janeiro de 1835, quando aproximadamente 600 homens se organizaram e marcharam pelas ruas em busca da liberdade, questionando a ordem escravocrata que dominava o país.
Em sua maioria, os rebelados eram nagôs e hauçás, povos africanos adeptos do islamismo e conhecidos como “malês” - termo derivado de “imalê”, palavra em iorubá que significa “muçulmano”. A escolha do momento para a rebelião, inclusive, não foi por acaso, já que a revolta aconteceu ao final do Ramadã, mês sagrado para o Islã, quando o sentimento de união e espiritualidade entre eles estava ainda mais forte.
Esse vínculo religioso, atrelado à experiência militar de alguns líderes, contribuiu para a organização estratégica do movimento. Marchando pelas ruas, os insurgentes convocavam outros escravizados a se unir à causa, transformando o levante em um símbolo de resistência e coragem.
Apesar da força do ato, a revolta foi duramente reprimida pelas autoridades, que prenderam e castigaram seus líderes com severidade, de forma a não apenas sufocar o movimento, mas também servir como exemplo para evitar novas insurreições.
A REVOLTA DOS MALÊS NO CINEMA
Trazendo esse pedaço da história para as telonas, Antonio Pitanga - além de dirigir - interpreta Pacífico Licutan, um dos líderes do levante que defendia a união entre diferentes povos e crenças como o caminho para alcançar a liberdade. A produção também retrata outros nomes reais envolvidos na rebelião, como Ahuna, Manoel Calafate, Vitório Sule e Luís Sanim.
Na trama, dois jovens muçulmanos são arrancados de sua terra natal durante seu casamento, para serem escravizados no Brasil. Separados pelo destino, ambos lutam para sobreviver e se reencontrar, enquanto se veem envolvidos na insurreição conhecida como a Revolta dos Malês.
Além de Antonio, outros nomes de peso como Rodrigo de Odé, Bukassa Kabengele, Heraldo de Deus, Thiago Justino, Rocco Pitanga, Samira Carvalho, Camila Pitanga, Indira Nascimento e Patrícia Pilar completam o elenco.
Com roteiro assinado por Manuela Dias (‘A Hora e a Vez de Augusto Matraga’) e direção de fotografia de Pedro Farkas, “Malês” é uma produção da Tambellini Filmes em coprodução com a Globo Filmes, Obá Cacauê Produções, Gangazumba Produções e RioFilme.
“Malês” tem estreia marcada para 2 de outubro, exclusivamente nos cinemas brasileiros.