Um dos mais prestigiados cineastas norte-americanos, conhecido por seus filmes com diálogos afiados e uso marcante de violência em cena, Quentin Tarantino é considerado uma lenda viva da indústria cinematográfica.

Ao longo da frutífera carreira, conquistou oito indicações ao Oscar e venceu duas vezes na categoria de Melhor Roteiro Original, com “Pulp Fiction – Tempo de Violência” (1994) e “Django Livre” (2012). Com nove filmes dirigidos em seu currículo - já que ele próprio enxerga “Kill Bill Volume 1” (2003) e “Kill Bill Volume 2” (2004) como um filme único -, Tarantino sempre gera debates entre os amantes de cinema sobre qual seria sua obra-prima.

Na última sexta-feira (15), durante entrevista ao podcast “The Church of Tarantino”, o próprio diretor decidiu encerrar a discussão. Em uma conversa de duas horas, onde relembrou sua trajetória cinematográfica, ele foi direto:

“‘Bastardos Inglórios’ é o meu melhor filme. ‘Era Uma Vez em... Hollywood’ é o meu favorito, e ‘Kill Bill’ é o que eu nasci para fazer”.

Em seguida, o diretor destacou o porquê de suas escolhas:

“Eu penso que ‘Kill Bill’ é o filme definitivo do Quentin. Ninguém mais poderia fazê-lo. Cada aspecto dele é particularmente arrancado da minha imaginação, da minha identidade pessoal, dos meus amores, da minha paixão e da minha obsessão. Então, acho que 'Kill Bill' é o filme que eu nasci para fazer. ‘Bastardos Inglórios’ é minha obra-prima, mas ‘Era Uma Vez em... Hollywood’ é meu favorito”.

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A declaração representa uma leve mudança em relação a 2022, quando, em entrevista para o Howard Stern’s SiriusXM Show, ele nomeou “Era Uma Vez em... Hollywood” (2019) como seu melhor filme.

Além de nomear seus favoritos, o cineasta também comentou sobre os rumos de sua carreira. Ele revelou ter abandonado “The Movie Critic” (‘O Crítico de Filme’, na tradução livre), projeto que seria seu décimo e último longa, mas que acabou descartado por trazer semelhanças demais com “Era Uma Vez em... Hollywood”.

Em relação às críticas de que estaria “paralisado pelo medo” de não conseguir entregar uma despedida à altura, Tarantino rebateu:

“Acredite em mim, eu não estou paralisado de medo. O que acontece com ‘The Movie Critic’ é que eu realmente gosto muito da ideia. Mas tem um desafio que eu dei para mim mesmo, que é: ‘Posso pegar a profissão mais entediante do mundo e fazer um filme interessante?’ Eu estava tão animado com o roteiro, mas não estava tão animado em dramatizar o que escrevi quando estávamos em pré-produção”.

O fato é que Tarantino possui grandes filmes em seu currículo, incluindo os não mencionados pelo diretor, como “Cães de Aluguel” (1992), “Os Oito Odiados” (2015) e “Pulp Fiction – Tempo de Violência” (1994), considerado por muitos a verdadeira obra-prima do cineasta.