Em 1940, a Disney popularizou o conto Pinóquio, do escritor italiano Carlo Collodi, lançando o segundo longa-metragem animado do estúdio, após o sucesso de Branca de Neve e os Sete Anões (1937).

A história emocionante sobre o menino de madeira que queria tornar-se humano, cheia de lições inspiradoras, já foi adaptada diversas vezes ao longo dos anos, seja em animações, curtas-metragens ou live actions.

Este ano, chegou a vez do cineasta Guillermo del Toro, vencedor do Oscar de Melhor Filme e Melhor Direção por A Forma da Água (2017), mostrar ao mundo a sua versão do clássico: produzido pela Netflix, Pinóquio chega nesta quinta-feira (24) aos cinemas do Brasil, e já estreia como forte favorito a uma vaga na cerimônia da Academia do ano que vem.

Mas, afinal, o que o longa tem de especial? Descubra 5 motivos para assistir ao novo Pinóquio nas telonas:

1 | A TÉCNICA DO STOP MOTION

Como o próprio del Toro explica no vídeo acima, sua intenção durante o desenvolvimento da animação foi preservar algumas das características do stop-motion clássico, mantendo a essência de um trabalho totalmente feito à mão.

A técnica, utilizada desde os primórdios do cinema, é extremamente trabalhosa - e este foi um dos motivos que fizeram com que as filmagens demorassem quase 3 anos para serem concluídas. del Toro dirigiu o seu Pinóquio ao lado de Mark Gustafson, que durante a première do longa em Hollywood, declarou que o ambos desenvolveram o projeto "com as mãos e com o coração".

2 | UMA FÁBULA ANTIFASCISTA

Baseada no livro homônimo, lançado em meados do século 19, a nova versão de Pinóquio é ambientada em plena Itália fascista. A mudança do contexto histórico foi uma escolha feita por del Toro há 15 anos, quando as primeiras ideias sobre o filme surgiram na mente do cineasta:

“Queria retratar um momento no qual se comportar como uma marionete fosse algo bom. Queria que Pinóquio fosse desobediente. Queria que Pinóquio, que era a única marionete ali, não agisse como tal. Pensei que, tematicamente, isso seria perfeito", explicou o diretor, no tapete vermelho do AFI Fest deste ano.

O fascismo é uma temática recorrente em trabalhos do cineasta, abordada em filmes como A Espinha do Diabo (2001) e Labirinto do Fauno (2006), que retratam as mazelas da ditadura espanhola de Francisco Franco. Para del Toro, o assunto permanece atual e precisa ser debatido:

"Me preocupa porque é algo para o qual a humanidade parece estar voltando. Sempre vi [o fascismo]. Não sei se é pela cor dos meus óculos, mas sempre o vejo. O fascismo está sempre vivo em segundo plano - ou em primeiro plano", concluiu del Toro.

3 | EMOCIONANTES RELAÇÕES FAMILIARES

A história original de Pinóquio explora questões tocantes sobre paternidade, respeito e consciência. No novo filme, o boneco de madeira, Geppetto e o grilo Sebastião formam uma família nem um pouco tradicional, mas composta por uma força e sentimentos únicos.

O roteiro faz questões de explorar a amálgama que une o trio, e como cada um deles ensina e aprende sobre humanidade com os demais. Além do roteiro, del Toro declarou que o conto era o preferido dele e de sua mãe, que morreu um dia antes da noite de estreia do longa no Festival de Cinema de Londres:

"Só quero dizer que a minha mãe acabou de falecer, e isso [o filme] foi muito especial para ela e para mim. Esta não é apenas a primeira vez que você verá o filme, é a primeira vez que ela verá o filme conosco. Obrigado", disse ele, emocionado na ocasião [via O Globo].

4 | ELENCO DE PESO

O elenco de Pinóquio ajuda - e muito - a abrilhantar o longa. O jovem Gregory Mann empresta sua voz para o boneco de madeira, e o marceneiro Gepeto é interpretado por David Bradley. Christoph Waltz, Tilda Swinton, Finn Wolfhard, Cate Blanchett e John Turturro também compõem o elenco, no qual o astro Ewan McGregor é um dos grandes destaques: como a voz do grilo Sebastião, ele narra a história e interpreta canções marcantes no longa.

5 | RECEPÇÃO POSITIVA DA CRÍTICA

Com as regras retomando a tradição na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o Oscar 2023 só poderá ser disputado por filmes que, obrigatoriamente, tenham sido exibidos nos cinemas.

Como Pinóquio é uma produção da Netflix, a gigante do streaming enxergou o potencial do longa, e por isso o lançou primeiramente nas telonas. A iniciativa parece ter sido assertiva, já que os críticos também foram conquistados pela nova versão do clássico.

No Rotten Tomatoes, agregador de opiniões de especialistas, o filme conta com 96% de aprovação, garantindo o selo Certified Fresh da plataforma.

Peter Travers, da ABC News, afirma que "você nunca viu um Pinóquio como este, uma obra-prima engraçada, comovente e vital". Já Alex Godfrey, crítico da Empire Magazine, define o filme como "uma exploração sincera e cheia de alma do que significa ser humano".

Pinóquio estreia hoje no Brasil, em salas de cinema selecionadas pelo país - garanta o seu ingresso por meio do nosso site ou app.

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