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Pantera Negra e o legado imortal de Chadwick Boseman
Como a indústria do cinema foi impactada depois da estreia do primeiro longa?

No dia 28 de agosto de 2020, Chadwick Boseman faleceu, vítima de um câncer de cólon, aos 43 anos. Além de entristecer todos os seus fãs, familiares e amigos, a morte do ator surpreendeu a muitos, pois sua luta de 4 anos contra a doença foi mantida em segredo da imprensa mundial.
Antes de partir, o ator concluiu as filmagens de A Voz Suprema do Blues (2020), da Netflix, lançado três meses depois de seu falecimento. Muito elogiado pela crítica e pelo público, seu trabalho lhe rendeu uma indicação póstuma ao Oscar, na categoria de Melhor Ator.
Chadwick começou sua carreira na TV em 2003, fazendo participações em séries como Law & Order e Parceiros da Vida. Porém, seu primeiro personagem de destaque no cinema veio apenas uma década depois. No filme 42: A História de uma Lenda (2013), o ator dá vida a Jackie Robinson, o primeiro negro a competir na Major League da era moderna, evento mais importante do baseball norte-americano. Pelo time dos Brooklyn Dodgers, Jackie enfrenta o racismo ainda muito presente nos Estados Unidos, tornando-se um dos maiores ídolos do esporte de todos os tempos.
Depois desse trabalho, a carreira de Chadwick decolou. Além de 42: A História de uma Lenda, outros filmes estrelados pelo ator contavam histórias sobre importantes personagens reais: em Get on Up: A História de James Brown (2014), Boseman interpreta o famoso cantor; já no longa Marshall: Igualdade e Justiça (2017), o ator dá vida a Thurgood Marshall, primeiro negro a atuar como juiz associado da Suprema Corte dos Estados Unidos.
Em 2016, Chadwick apareceu pela primeira vez como o Rei T`Challa, o super-herói Pantera Negra em Capitão América: Guerra Civil. Sendo um dos maiores destaques do longa, não demorou muito para que o personagem ganhasse um filme solo.
PANTERA NEGRA: O INÍCIO DA REPRESENTATIVIDADE NO MCU
Pantera Negra (2018), dirigido por Ryan Coogler, apresentou com detalhes o reino de Wakanda e seu governante, em todo o seu esplendor. Embora seja um país fictício, Wakanda está localizado no continente africano, e carrega muitas características inerentes à geografia e ao povo da região.
Seguindo muitas das premissas dos quadrinhos, o filme fez questão de ratificar a riqueza, beleza e tecnologia avançada wakandanas. Apenas por representar uma nação próspera e construída por negros, o filme se mostrou disruptivo, uma vez que Hollywood não tinha o hábito de explorar histórias negras de uma forma tão positiva e soberana.
A representatividade de Pantera Negra também se deu em sua equipe e elenco: grandes artistas negros trabalharam na produção. Os ganhadores do Oscar Daniel Kaluuya, Forest Whitaker e Lupita Nyong'o estão presentes no longa, além de Angela Bassett e do próprio Chadwick, que já foram indicados ao prêmio.
Outro ponto alto do filme é Erik Killmonger, vilão vivido por Michael B. Jordan. A história do homem afro-americano que finalmente retorna à sua pátria, após viver rodeado de violência e abusos nos Estados Unidos, gerou uma empatia significativa na audiência. Identificados com sua trajetória e dores, muitos fãs do MCU consideram legítima a revolta de Killmonger, fazendo dele um dos maiores antagonistas do Universo Cinematográfico da Marvel.
PANTERA NEGRA EM NÚMEROS
Lembrado para sempre por seu carisma e talento, Chadwick ajudou a franquia Pantera Negra a garantir números e feitos nunca alcançados por outro filme de super-herói. O ator estrelou o longa indicado a sete categorias do Oscar, marca inédita para um filme da Marvel Studios.
Levando para casa três estatuetas, os recordes não pararam por aí: Ruth E. Carter, que ganhou a estatueta de Melhor Figurino por seu trabalho no longa, foi a primeira mulher negra a ganhar nessa categoria. Já Hannah Beachler fez história sendo a primeira negra a ser indicada e a levar para casa o prêmio de Melhor Design de Produção.
Desde o lançamento de Superman: O Filme (1978), nenhuma outra produção de super-heróis havia concorrido ao Oscar de Melhor Canção Original. Pantera Negra não só disputou como levou a melhor na categoria, sendo o primeiro longa do gênero a receber esse prêmio.
Pantera Negra também foi o primeiro longa do MCU a arrecadar, em sua semana de estreia, o valor que custou para ser feito: com um orçamento de US$200 milhões, as cifras do filme nas telonas chegaram a US$235 milhões logo nos primeiros dias em cartaz.
Até hoje, Pantera Negra ocupa a primeira posição do ranking do Rotten Tomatoes, que organiza todos os filmes dos Universo Cinematográfico da Marvel de acordo com as notas atribuídas pelos críticos do site. O longa garante impressionantes 96% de aprovação, seguido por Vingadores: Ultimato (2019), com 94%.
O LEGADO DE CHADWICK
Quando viveu o Rei T'Challa no MCU - o ator interpretou o personagem em Capitão América: Guerra Civil (2016), no filme solo Pantera Negra (2018) e, logo depois, em Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Vingadores: Ultimato (2019) -, Chadwick entrou para história como o primeiro protagonista negro do MCU.
Agora, quatro anos após a estreia do longa, podemos sentir algumas mudanças, mesmo que sutis, nas narrativas cinematográficas hollywoodianas. Histórias como a que vimos em A Mulher Rei, um épico sobre as Agojie, não teriam saído do papel se Pantera Negra não tivesse aberto algumas portas. O longa narra uma aventura protagonizada pelas guerreiras do Reino de Daomé, território que hoje compreende o Benim, na África. Viola Davis, estrela da produção, reconheceu a importância do filme da Marvel em entrevista a Splash, considerando o longa pioneiro em trazer para o protagonismo personagens constantemente invisibilizados pelos grandes blockbusters.
Entre outras conquistas, está o desenvolvimento de A Pequena Sereia, live-action da Disney baseado na animação clássica. Desta vez, Ariel será vivida por Halle Bailey, atriz e cantora negra. Embora seja alvo de constantes e lamentáveis ataques racistas desde o anúncio de sua escalação, as primeiras imagens de seu longa emocionaram o público. Em diversos vídeos divulgados nas redes sociais, crianças negras de todo o mundo reagiram com alegria ao ver a personagem nas prévias, deixando explícita a representatividade e identificação simbolizadas pelo protagonismo da atriz.
A potência de Chadwick, sua carreira marcada por papéis historicamente relevantes e de seu Pantera Negra impactou adultos e jovens, e as novas gerações seguem capazes de assimilar a importância deste super-herói único, que abriu caminho para outras narrativas negras na indústria do entretenimento. Sua etnia e força, aliadas à capacidade de governar um país próspero como Wakanda, mudaram o rumo do MCU – e da sétima arte – para sempre.
Este ano, a sequência do longa de 2018 finalmente chega aos cinemas. Pistas sobre a essência Pantera Negra 2 já foram dadas pelo próprio Kevin Feige, presidente da Marvel Studios. Segundo ele, a ideia é preservar a memória de Chadwick da maneira mais respeitosa possível, incluindo a opção por não reescalar o personagem no MCU.
O luto é um sentimento que tocou todo o elenco e equipe do longa, e Letitia Wright, que vive a personagem Shuri, chegou a comentar sobre a ausência de Chadwick no set, e como vem lidando com a perda.
Em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, a rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri, M'Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milaje lutam para proteger sua nação após a morte do rei T'Challa. Enquanto os wakandanos se esforçam para abraçar o futuro, os heróis devem se unir com a ajuda de Nakia (Lupita Nyong'o) e Everett Ross (Martin Freeman) para traçar um novo caminho para o reino.
Além do elenco já conhecido, novos rostos como Dominique Thorne (Riri Williams / Coração de Ferro) e Michaela Coel (Aneka) também estrelam a produção.
O longa segue sob a direção de Ryan Coogler, e estreia no Brasil em 10 de novembro - garanta o seu ingresso na pré-venda por meio do nosso site ou app.
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