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O que é real e o que é ficção em 'Nosso Sonho', filme sobre Claudinho e Buchecha
Cinebiografia dos cantores estreia hoje nas telonas

[CUIDADO! O TEXTO CONTÉM SPOILERS DO FILME "NOSSO SONHO"]
Nesta quinta-feira (21), chega aos cinemas do Brasil o longa "Nosso Sonho - A História de Claudinho e Buchecha", produção que conta a trajetória da dupla de maior sucesso do funk melody nacional.
Vividos respectivamente por Lucas Penteado e Juan Paiva na cinebiografia, Claudinho e Buchecha cresceram na favela do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. Em meados da década de 1990, os amigos estouraram nas rádios e na televisão, e viajaram espalhando sua alegria contagiante e a cultura do funk carioca pelo mundo.
O filme, que esteve na lista de pré-selecionados para disputar uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2024, conta como Cláudio Rodrigues de Mattos e Claucirlei Jovêncio de Souza atingiram o estrelato, numa trama embalada pelas músicas que atravessaram gerações.
Assim como toda história inspirada em fatos, o novo filme traz passagens fiéis aos momentos vividos por Claudinho e Buchecha, enquanto adapta algumas passagens, a fim de tornar a narrativa mais interessante.
Descubra o que é real e o que é ficção em "Nosso Sonho - A História de Claudinho e Buchecha":
COMO CLAUDINHO E BUCHECHA SE CONHECERAM?
Relatado pela dupla em diversas entrevistas, o longa também mostra que a amizade começou quando eles tinham apenas 7 anos de idade.
Vivendo uma infância pobre na periferia do Rio de Janeiro, os amigos se revezavam entre brincadeiras na rua e almoços compartilhados nas casas de ambas as famílias. A proximidade era tanta que muitos acreditavam que Claudinho e Buchecha eram irmãos.
O REENCONTRO NO SALGUEIRO
Assim como o filme retrata, Buchecha nem sempre morou na favela do Salgueiro, em São Gonçalo. Ele passou a maior parte da infância morando com sua mãe na comunidade Coronel Leôncio, também no estado do Rio.
"Na minha vida, a música começou depois que eu reencontrei o Buchecha no Salgueiro", disse Claudinho, em entrevista à Marília Gabriela. Embora os jovens já se conhecessem, de fato houve um afastamento durante a infância, e a relação de amizade foi retomada depois que Buchecha passou a viver no Salgueiro.
O FUNK NÃO FOI O PRIMEIRO GÊNERO DE BUCHECHA NA MÚSICA
Embora o longa dê a entender que Buchecha jamais havia cogitado trabalhar com música, isso não é verdade. Antes de compor uma dupla de MCs com Claudinho, o rapaz já havia sido membro de um grupo de pagode.
Em 2018, durante sua participação no programa Encontro com Fátima Bernardes, Buchecha contou que fez parte do conjunto musical Raio de Luz e que, na infância, seu apelido era Martinho da Vila, pelo fato de apreciar os gêneros do pagode e do samba.
QUAL ERA A PROFISSÃO DE CLAUDINHO E BUCHECHA ANTES DA FAMA?
O filme mostra Buchecha trabalhando como office boy em uma loja de bolsas e acessórios, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro, enquanto Claudinho passa algumas tardes da juventude vendendo balas nas ruas e nos ônibus da cidade.
A dupla de fato exerceu essas funções no passado, contudo, o longa escolheu não retratar a passagem, ainda na infância, dos dois pela construção civil. Segundo reportagem do Fantástico, os amigos atuaram no setor a partir dos 11 anos de idade, e relembraram o antigo ofício na matéria exibida pelo dominical da Rede Globo.
Além de trabalharem como serventes de obras, Claudinho declarou, em entrevista ao De Frente com Gabi, que os amigos já atuaram como sorveteiros, fabricantes de pipas, ajudantes de padeiro e camelô.
CLAUDINHO REALMENTE CONVENCEU BUCHECHA A VIRAR MC?
Essa questão, bastante explorada em "Nosso Sonho", de fato aconteceu.
"Todas as manhãs, o Claudinho ficava me chateando, vinha com um papel e uma caneta. Eu não achava muito legal a ideia de formar dupla. (...) Eu não queria largar o grupo [Raio de Luz]", disse Buchecha, durante participação dos cantores no talk show Jô Soares Onze e Meia, em novembro de 1998.
ONDE ACONTECEU A PRIMEIRA APRESENTAÇÃO COMO DUPLA?
Assim como no filme, Claudinho e Buchecha subiram ao palco pela primeira vez no Clube Mauá, em São Gonçalo.
Na ocasião, ocorria um concurso de rap no local, o qual foi vencido pelos amigos. Cantando "Rap da Bandeira Branca", música composta por Buchecha, eles contagiaram a plateia, e levaram para casa um troféu e um prêmio em dinheiro.
Porém, diferente do retratado no longa, não foi aí que a fama começou. Apenas três anos depois, ao participar de outro festival, a dupla apresentou a canção "Rap do Salgueiro", que levou os amigos ao estrelato.
OS DOIS NÃO QUERIAM CANTAR "FICO ASSIM SEM VOCÊ"
Um trecho da canção, lançada poucos meses antes do falecimento de Claudinho, diz: "Amor sem beijinho, Buchecha sem Claudinho, sou eu assim, sem você".
Em "Nosso Sonho", Claudinho insiste para que Buchecha aceite interpretar a música, no entanto, a história real não é bem assim:
“A gente tinha uma certa resistência em gravar essa música porque a gente achava um pouquinho boba essa frase (...) A gente resistiu durante três anos, mas o Max Pierre, da gravadora na época, insistiu muito porque ele achava essa música um sucesso, a gente acabou gravando e três, quatro meses depois da música lançada infelizmente aconteceu esse acidente”, contou Buchecha, em entrevista à revista Veja, relembrando a tragédia que tirou a vida do amigo.
CLAUDINHO NÃO QUERIA IR A ÚLTIMO SHOW
O fato é abordado no filme, e Buchecha contou, durante participação no programa Otalab, do UOL, que até hoje não sabe por que Claudinho relutou em se apresentar naquele dia:
"Ele veio com o carro dele, com o assessor dele. Queria muito ter tido a oportunidade de entender por que ele não queria ir, a princípio, nesse show. Depois, por que ele não foi com o carro dele. Uma coisa que ele fazia questão era de estar sempre comigo e com a equipe (...) Pensei: 'Deve ter acontecido alguma coisa, vou esperar amanhecer e vou na casa dele para conversar'. Amanheceu, mas não clareou", relembrou o cantor.
Nesse dia, 13 de julho de 2002, Claudinho faleceu num acidente de carro na Via Dutra, na altura de Seropédica, município do Rio de Janeiro.
A morte precoce de Claudinho, no auge do sucesso, é retratada no longa. No entanto, o diretor Eduardo Albergaria explica que o roteiro não está limitado à fama da dupla ou à trágica "catarse coletiva" que o país vivenciou: "Eu não quero ficar na superfície dessa história", disse ele, em entrevista à Ingresso.com.
Como mostra o vídeo acima, Lucas e Juan regravaram músicas da dupla especialmente para a trilha sonora do longa, recheado de sucessos dos anos 1990 e 2000. A história emocionante sobre essa amizade ainda conta com um elenco de peso, formado por Tatiana Tiburcio e Nando Cunha, que interpretam Dona Etelma e Souza, os pais do Buchecha; Clara Moneke como Vanessa, a namorada de Claudinho; e Vinicius “Boca de 09” e Gustavo Coelho, que fazem Claudinho e Buchecha na infância, respectivamente.
O filme conta com participações especiais de Antonio Pitanga, como Seu Américo; Isabela Garcia, como Dona Judite; Negão da BL, como um DJ do baile; FP do Trem Bala e Gabriel do Borel, como a dupla Cidinha e Doca; e ainda Flávia Souza e Reinaldo Júnior.
"Nosso Sonho" já está em cartaz no Brasil, exclusivamente nos cinemas - garanta o seu ingresso por meio do nosso site ou app.
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