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Michael Keaton: o ator que moldou o jeito de ser o Batman nos cinemas
Astro volta a viver o personagem no filme "The Flash"

Caladão, misterioso e dono de um timbre inconfundível: embora muitos não saibam, um dos maiores responsáveis por moldar o Batman que conhecemos foi Michael Keaton, que viveu o justiceiro bilionário há 34 anos nos cinemas.
O herói apareceu pela primeira vez em 1939, na edição 27 da revista Detective Comics. Em sua história de estreia, intitulada "O Caso da Sociedade Química", Bruce Wayne era um pouco diferente: embora seu senso de justiça e o tom noir já se destacassem, ele não hesitava em sujar as mãos por um bem maior.
Ao longo dos anos, o personagem estrelou séries, filmes e muitos outros produtos. Adam West, um de seus intérpretes mais memoráveis, ajudou o Batman a se popularizar num estilo cômico, adotado pelo seriado dos anos 1960 e abraçado pelo ator.
Após décadas de hiato, foi em 1989 que a sétima arte reviveu Bruce Wayne. "Batman", dirigido por Tim Burton, não só foi o estopim de uma nova e lucrativa era de filmes de super-heróis, como ajudou a construir a imagem do Homem-Morcego que se perpetua até hoje.
UM NOVO SUPER-HERÓI NASCE DIANTE DAS CÂMERAS
Logo depois de seu surgimento nos quadrinhos, Batman foi o protagonista de alguns cinesseriados, além da clássica série televisiva, lançada duas décadas após sua estreia nas HQS. Nas representações mais antigas, pouco se falava sobre o seu passado, característica que faz dele um dos mais controversos e cativantes personagens da cultura pop.
Quando Tim Burton aceitou trazer Bruce de volta à ação, muitos anos haviam se passado desde a última aparição do Homem-Morcego em live-action: os tempos eram outros, o público ansiava por novidades e o cineasta, em início de carreira, precisava emplacar seu estilo sombrio e excêntrico, pelo qual é reconhecido desde então.
Em entrevista ao jornalista John Tibbetts, no ano em que o filme foi lançado, Burton explicou que o desafio de adaptar uma história em quadrinhos para um longa denso, protagonizado por um "trabalhador noturno" com questões psicológicas profundas e complexas, o fez se debruçar sobre o roteiro por mais tempo do que ele esperava.
Keaton já havia trabalhado com o cineasta na comédia sombria "Os Fantasmas se Divertem" (1988), e sua veia cômica estava bastante aflorada pelo projeto recente. Assim, como seria possível desfazer a imagem do zombeteiro Beetlejuice diante do público, e dar lugar a um Bruce Wayne intimidador?
Na mesma entrevista, o ator comenta que sempre gostou mais de assustar pessoas do que tomar sustos, e brinca que sua irmã era assombrada por ele na infância. A veia do terror se estendeu à sua carreira nos cinemas, e fez com que ele pudesse entender exatamente o que o projeto precisava.
Foi Michael Keaton que ajudou a desenvolver a personalidade do novo Batman, cujo timbre de voz mudava assim que ele vestia o uniforme. Além dessa característica, proposta pelo ator, o uso de lentes de contato oculares também foi ideia de Keaton, para que a expressão do personagem fosse transformada ao vestir o manto, e seu disfarce se tornasse mais convincente nas telonas.
O LEGADO SOMBRIO DO BATMAN CHEGOU AO FIM?
Depois do sucesso do primeiro filme, Keaton e Burton retomaram a parceria em "Batman: O Retorno" (1992), no qual a versão do Homem-Morcego ganhou ainda mais camadas, graças ao antagonismo do Pinguim (Danny DeVito) e da Mulher-Gato (Michelle Pfeiffer), igualmente complexos.
O ator chegou a cogitar viver o personagem novamente em "Batman Eternamente" (1995), mas Tim Burton não estaria mais à frente desse projeto. O cineasta seguiu como produtor, mas foi Joel Schumacher quem assumiu a direção.
Decidido a mudar o tom na nova adaptação, já que dizia desconhecer os motivos de os filmes anteriores serem sombrios e sem cor, Schumacher não conseguiu chegar a um acordo com Keaton, e o astro foi impedido de dar continuidade ao Bruce Wayne que ajudou a construir.
A partir de então, os filmes do super-herói passaram a adotar um tom mais cômico, semelhante ao que conhecemos por meio da interpretação de Adam West na série. Val Kilmer e George Clooney viveram o personagem, acompanhados de vilões galhofeiros interpretados por Jim Carrey, Tommy Lee Jones e Uma Thurman.
Em "Batman e Robin" (1997), a armadura de Clooney ostentava mamilos proeminentes, que pareciam apontar para o início do declínio do herói nos cinemas. A cena do "Batcard" e a atuação controversa de Arnold Schwarzenegger como o Senhor Frio afundaram a antologia de uma vez por todas. Seria o fim do Batman sisudo de 1989?
BALE, AFFLECK, PATTINSON E UM NOVO COMEÇO
Seguindo a linha pautada por HQs mais modernas do personagem, como Cavaleiro das Trevas e Ano Um, ambas de Frank Miller, o cineasta Christopher Nolan pôde explorar o que Tim Burton e Michael Keaton tentaram no passado, mas acabaram sendo incompreendidos pelo estúdio.
O Bruce Wayne de Christian Bale foi o primeiro a se aprofundar nas origens realistas do personagem, trazendo para as telonas os dramas psicológicos enfrentados pelo bilionário e explicando os porquês de sua natureza vingativa.
O ator estrelou toda a trilogia dirigida por Nolan, formada por "Batman Begins" (2005), "Batman: O Cavaleiro das Trevas" (2008) e "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge" (2012). No longa de 2008, considerado um dos melhores já feitos sobre o personagem, Heath Ledger roubou a cena como um Coringa exemplar, levando um Oscar póstumo por seu trabalho no filme.
O mesmo tom acabou sendo adotado por Ben Affleck e Robert Pattinson, os intérpretes mais recentes de Bruce Wayne. Em "Liga da Justiça - Snyder Cut" (2021) e "Batman" (2022), elogiados por público e crítica, vemos o Homem-Morcego em sua forma mais dura, perturbada e vulnerável - seguindo o caminho que Michael Keaton começou a trilhar, há mais de três décadas, quando ousou moldar o jeitão do Batman que escolhemos amar.
O legado do ator como o personagem é celebrado em "The Flash", filme no qual ele finalmente volta a viver o super-herói nos cinemas.
Além dele, Ben Affleck também retorna à pele de Bruce Wayne, numa trama que explora viagens no tempo, realidades alternativas e abre as portas do Multiverso do DCU. O elenco ainda é formado por Ezra Miller, Sasha Calle, Maribel Verdú, Ron Livingston, Kiersey Clemons e Michael Shannon.
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