Prevista para chegar aos cinemas em outubro de 2025, “Michael”, a cinebiografia de Michael Jackson, pode ter o seu lançamento inviabilizado por questões legais.

O FILME ABORDA ACUSAÇÕES DE ASSÉDIO E PEDOFILIA CONTRA O CANTOR

De acordo com o portal Puck, que teve acesso ao roteiro do filme, a produção, diferentemente de outros projetos sobre a vida do cantor, toca num assunto polêmico sobre a trajetória do astro: as acusações de pedofilia e abuso sexual feitas a Michael Jackson, que figuraram nos principais veículos de imprensa desde a década de 1990 até a sua morte, em junho de 2009.

Embora o cantor não tenha sido condenado por nenhum crime, os episódios causaram uma mancha em sua reputação, e são discutidos até a atualidade. Em 1993, o jovem Jordan Chandler, de 13 anos, alegou ter sido abusado sexualmente por Michael, o que levou o nome do Rei do Pop às manchetes mundiais e a um eventual acordo de US$ 20 milhões, pagos pelo artista.

Ainda segundo a publicação, o terceiro ato do filme gira em torno do impacto desse caso. Contudo, o site afirma que anos antes do desenvolvimento da cinebiografia, a equipe de Jackson assinou um acordo com a família Chandler, proibindo qualquer dramatização de seus membros ou de suas histórias. Ao que tudo indica, esse acordo foi ignorado pelo espólio durante a análise do roteiro, fazendo com que várias cenas importantes e já filmadas, agora sejam inutilizáveis.

PAGAMENTO DE PROPINA A ACUSADORES REVELOU O ACORDO

A reportagem acusa John Branca, representante de Michael e advogado responsável por guiar sua carreira desde a década de 1980, de ter garantido ao produtor Graham King (‘Bohemian Rhapsody’) que nada poderia impedir a realização do filme com aquele roteiro. Porém, em setembro do ano passado, o jornal Financial Times revelou que Branca fez pagamentos secretos para silenciar acusadores que pretendiam realizar novas denúncias, logo depois que a HBO exibiu o documentário “Leaving Neverland”, em 2019. Foi só então que os produtores se aprofundaram na questão, e enfim descobriram o acordo firmado com a família Chandler.

Logo em seguida, em novembro do ano passado, a Lionsgate anunciou o adiamento da estreia de “Michael", alegando que o excesso de confiança no filme havia motivado a decisão, dando chance para que o projeto tivesse mais destaque durante a temporada de premiações de 2026. Entretanto, a reportagem do Puck indica que o atraso foi de fato necessário para que o roteiro pudesse ser reescrito. Ainda esta semana, o diretor Antoine Fuqua (‘Dia de Treinamento’), o roteirista John Logan (‘Gladiador’) e Graham King devem apresentar um novo script à à Lionsgate, além de uma estratégia de refilmagem para aprovação. A Universal Pictures, responsável pela distribuição do filme no exterior, também deve estar de acordo com as mudanças — ou abandonar o projeto completamente, como previsto em contrato.

AINDA HÁ ESPERANÇA DE ASSISTIR A "MICHAEL" NOS CINEMAS?

A reportagem do Puck procurou a Lionsgate, a Universal e o produtor Graham King, que ainda não se pronunciaram sobre o assunto. Fontes da Lionsgate afirmaram ao portal que a empresa acredita que King consiga resolver a situação, e que o filme mantenha sua data de lançamento. Outros envolvidos no projeto disseram que o material utilizável é de altíssima qualidade, o que pode ajudar a superprodução, com um orçamento estimado em US$150 milhões, a sair do papel, apesar dos percalços.

“Michael” é estrelado por Jaafar Jackson, sobrinho do cantor, e por outros grandes nomes, como Miles Teller, Colman Domingo e Nia Long. A estreia do filme segue marcada para 3 de outubro de 2025, exclusivamente nos cinemas.

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