Conheça a origem e inspirações dos brinquedos que marcaram gerações em ‘Toy Story’

Na última quinta-feira (11), “Toy Story” (1995) voltou a ser exibido nos cinemas do Brasil para celebrar os 30 anos de estreia do filme, um marco do gênero que mudou a história da animação.

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Parte do encanto de “Toy Story” vem justamente dos brinquedos que povoam o quarto de Andy. Muitos deles são versões reais ou inspiradas em clássicos que existiam muito antes de 1995, quando o filme foi lançado. Aproveitando a comemoração, reunimos a história de alguns desses ícones que atravessaram gerações:

SR. CABEÇA DE BATATA

Criado em 1949 pelo artista nova-iorquino George Lenner, o sr. Cabeça de Batata nasceu como uma forma divertida de estimular o consumo de frutas e vegetais pelas crianças. Lerner desenvolveu peças de plástico - olhos, nariz, boca e orelhas – para que elas pudessem enfeitar batatas de verdade.

O desenvolvedor vendeu o brinquedo para Hasbro que, em 1952, iniciou a comercialização nos Estados Unidos. Com o tempo, foram surgindo novos acessórios, como braços, pés e chapéus. Após cerca de uma década de testes e vendas, começaram a surgir reclamações de consumidores e reguladores alimentares de que misturar comida e brincadeira não era sustentável. Essas questões fizeram a empresa lançar, em 1964, a versão de plástico da batata, consolidando o visual clássico que conhecemos hoje.

SLINKY

O cachorro-mola Slinky tem origem em uma descoberta acidental. Em 1943, o engenheiro naval Richard T. James desenvolvia uma mola para estabilizar objetos em navios quando percebeu que ela poderia virar um brinquedo. Em 1945, as primeiras unidades da famosa mola foram vendidas a US$ 1 cada. O sucesso permitiu que Richard e sua esposa fundassem a James Industries, companhia especializada em brinquedos. Contudo, após alguns anos, a mola perdeu sua atratividade, gerando um declínio nas vendas. É quando Helen Herrick Malsed entrou em cena. Em 1952, a inventora de brinquedos teve a ideia de acrescentar cabeça e patas de cachorro à peça, criando a versão que aparece em “Toy Story” e que conquistou o público infantil.

BALDE DE SOLDADOS

Os pequenos soldados de plástico surgiram em 1938, originalmente feitos de metal, cola e serragem. Produzidos pela Bergen Toy & Novelty Co., as peças retratavam ações típicas da vida militar, como correr, mirar com rifles, tocar trompete e observar com binóculos. Vendidos em atacado e sendo encontrados em mercados e lojas de departamento, os bonecos logo passaram a usar plástico macio em sua fabricação e alcançaram sucesso até meados de 1960, onde perderam a popularidade devido a Guerra do Vietnã. O sucesso veio novamente nos anos 1980, quando passaram a ser vendidos em baldes – formato que reapareceu com força após o lançamento da animação.

BARRIL DE MACACOS

Fabricado em 1965 pela Lakeside Toys, o Barril de Macacos permite que as crianças criem correntes ligando os macacos pelos braços.

O brinquedo foi idealizado por Milton Dinhofer e Leonard Marks, que achavam fascinante e divertido unir correntes. A primeira amostra, com 12 macacos coloridos, chegou a ser chamada de “Chimp to Chimp” (‘Chimpanzé para Chinpanzé’), mas não despertou interesse dos investidores, levando a dupla a acabar com a parceria.

Contudo, em 1965, Dinhofer descobriu que Marks havia levado os moldes para a Lakeside junto de seu novo parceiro, Herman Kesler, que comprou a ideia e lançou o produto com o nome atual.

TRAÇO MÁGICO

Criado na França pelo eletricista Andre Cassagnes, o Traço Mágico nasceu quando o inventor percebeu que podia ver marcas de lápis em um decalque translúcido, enquanto trabalhava em uma placa de interruptor de luz de fábrica. Usando uma caixa oca, vidro, pó de alumínio e um joystick com sistema de roldanas, Cassagnes desenvolveu um protótipo muito parecido com o produto final. Em parceria com Paul Chaze, ele patenteou a invenção no nome do seu contador, Arthur Granjean.

Logo depois, a Ohio Art Company adquiriu o Traço Mágico e passou a trabalhar com Cassagnes para aperfeiçoar o design e colocar o brinquedo nas prateleiras com o formato que conhecemos hoje.

CAMINHÃO DE BOMBEIROS DA LITTLE TIKES

Em 1970, Thomas G. Murdough fundou a marca Little Tikes, empresa voltada para a fabricação de brinquedos de plástico durável para áreas externas.

Em 1984, Murdough vendeu a empresa para a Rubbermaid e, em 1986, chegava às prateleiras os “toddle tots”: pequenas figuras redondas, com roupas diferentes que podiam caber em seus próprios veículos. Em “Toy Story” é apresentado o conjunto de 1988, “Caminhão de Bombeiros”, que incluía quatro bombeiros, um cachorro e um caminhão.

BOLA 8 MÁGICA

As origens do famoso brinquedo psíquico remontam a 1944, quando Albert C. Carter, filho da médium Mary Carter, criou um protótipo com dois dados e um tubo de líquido para simular respostas sobrenaturais, de forma que quando o tubo fosse rotacionado para cima, uma resposta apareceria do outro lado. Albert juntou-se com Abe Bookman e eles criaram a Alabe Crafts Inc., para vender o novo brinquedo. Infelizmente, o criador faleceu em 1948, deixando nas mãos de Bookman o trabalho de redesenhar o produto para torná-lo mais atraente.

A Brunswick Billiards, empresa conhecida pela sua criação de jogos de tabuleiro, se interessou pela proposta e sugeriu o formato de uma bola 8 de bilhar, transformando o brinquedo em um fenômeno.

SPEAK & SPELL

O Sr. Spell é inspirado em um brinquedo educacional de 1978, chamado Speak & Spell (‘Fale e Soletre’, na tradução livre). Desenvolvido pela Texas Instruments, o brinquedo permita que, após a digitação de uma palavra, o dispositivo a pronunciasse em voz alta – uma tecnologia pioneira que ajudava crianças a aprender a falar e soletrar.

Ao total, quatro pessoas trabalharam no projeto: Paul Breedlove, Gene Frantz, Larrey Brantighan e Richard Wiggins. O brinquedo educativo foi revolucionário na época, e abriu caminho para muitas tecnologias modernas de hoje em dia que usam texto e memória.

APRENDA A FALAR

Chamado de “See n’ Say” no original, o Aprenda a Falar foi criado em 1965 pela Mattel.

O brinquedo permitia que as crianças escolhessem, por meio de uma seta, qual som ouvir, com opções que incluíam pato, galinha, ovelha, porco, vaca e outros animais. O modelo da Fazenda, um dos mais populares, segue em produção até hoje.

BONECOS TROLLS

Ainda que os bonecos trolls tenham sido um grande sucesso, seu início foi humilde. O padeiro dinamarquês Thomas Dam criou os primeiros exemplares em madeira para entreter seus filhos durante a Segunda Guerra Mundial, quando não podia comprar brinquedos. Após o fechamento de seu comércio, Dam passou a bater de porta em porta para vender esses pequenos bonecos de madeira e, em 1950, o sucesso já era tanto, que ele passou a se dedicar somente a fazer brinquedos.

Após criar um Papai Noel gigante para uma loja e os ajudantes elfos, o criador passou a receber inúmeros pedidos. Conforme a demanda crescia, Dam abriu a própria fábrica e passou a fazer os bonecos em plástico PVC.

Em 1962, os bonecos trolls já dominavam o mercado de brinquedos junto com todos os acessórios complementares. Logo os brinquedos alcançaram fama nos Estados Unidos e, de lá, para o mundo, ganhando um estouro expressivo nos anos 1990.

Lançado em 1995, “Toy Story” marca o início de uma franquia que conta com longas e curtas-metragens, jogos eletrônicos e diversos outros produtos licenciados. Com um quinto filme a caminho, previsto para estrear em junho de 2026 nos cinemas, a saga já acumula US$ 6 bilhões nas bilheterias globais.

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