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Conquista inédita, tradições e cinema nordestino: como ‘O Agente Secreto’ fez história em Cannes - Ingresso.com
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Conquista inédita, tradições e cinema nordestino: como ‘O Agente Secreto’ fez história em Cannes

Longa levou os prêmios de Melhor Ator e Direção, além de ser laureado pela crítica

Pamela Cordeiro
26/05/2025 | 14:18Atualizado em: 26/05/2025 | 17:39
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Conquista inédita, tradições e cinema nordestino: como ‘O Agente Secreto’ fez história em Cannes

No último sábado (24), teve fim a 78ª edição do Festival de Cinema de Cannes, um dos mais prestigiados eventos da indústria mundial. Foi lá que aconteceu a estreia de "O Agente Secreto", mais novo filme de Kleber Mendonça Filho ('Aquarius' e 'Bacurau'), que saiu com dois prêmios do festival: o de Melhor Ator para Wagner Moura (‘Tropa de Elite’), e Melhor Direção para Kleber.

O primeiro prêmio é inédito para o país, com Moura sendo, até então, o único brasileiro a levar a estatueta de Melhor Ator para casa. Antes, apenas Fernanda Torres e Sandra Corveloni haviam sido reconhecidas na categoria de atuação feminina, por seus trabalhos em “Eu Sei que Vou Te Amar” (1986) e “Linha de Passe” (2008), respectivamente.

Já Kleber se junta a Glauber Rocha como o segundo diretor brasileiro a conquistar a estatueta de Melhor Direção. Os dois cineastas nordestinos (Kleber é pernambucano e Glauber nasceu na Bahia) reforçam a potência da sétima arte da região. Em 1969, Rocha, grande nome do movimento Cinema Novo, venceu na categoria de Melhor Direção por “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”.

FREVO E CARNAVAL EM CANNES: A CULTURA DE RECIFE NA RIVIERA FRANCESA

Na tarde da exibição de "O Agente Secreto", o público de Cannes foi transportado para o carnaval de Recife. O diretor pernambucano e a equipe chegaram ao tapete vermelho acompanhados pelo grupo Guerreiros do Passo, formado por discípulos do Mestre Nascimento do Passo e por músicos da Orquestra Popular do Recife, levando a energia da cultura do Recife à Croisette. Essa é a primeira vez que o frevo é apresentado no tapete vermelho do festival.

O reconhecimento em Cannes marca a quinta participação de Kleber Mendonça Filho no evento. Em 2019, ele já havia sido laureado com o Prêmio do Júri por “Bacurau”, codirigido com Juliano Dornelles. Seus filmes anteriores - “O Som ao Redor” (2012), “Aquarius” (2016) e “Retratos Fantasmas” (2023) - também passaram pelo Festival e conquistaram espaço nas listas de melhores do ano do jornal The New York Times, além de alcançarem público expressivo nos cinemas brasileiros e internacionais.

Ainda que tenha sido o filme mais premiado do Festival de Cannes deste ano, “O Agente Secreto” não levou a principal honraria do festival, a Palma de Ouro. O vencedor da categoria foi o filme iraniano “A Simple Accident” de Jafar Panahi. A única vez que o Brasil recebeu o prêmio máximo em Cannes foi em 1962, com “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte.

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Contudo, essas não foram as únicas surpresas para “O Agente Secreto”. Também nesta edição do evento, o filme brasileiro ganhou o Prêmio FIPRESCI (Federação Internacional de Críticos de Cinema), outorgado por jornalistas críticos de mais de 50 países. O longa também recebeu o Art et Essai, uma distinção concedida pela AFCAE (Associação Francesa de Cinema d’Arte et d’Essai), que é composta por exibidores independentes da França.

Em sua avaliação, o júri da FIPRESCI explicou que escolheu premiar o longa por conta de sua linguagem universal, que mergulha o espectador nos diversos sentimentos explorados pela narrativo:

“Escolhemos um filme que tem uma generosidade romanística e épica; um filme que permite digressão, diversão, humor e caráter para evocar um tempo e lugar e uma história rica, estranha e profundamente preocupante de corrupção e opressão. Um filme que faz suas próprias regras, que é pessoal, mas universal, que leva seu tempo e mergulha você em um mundo – o mundo do Brasil governado pelos militares em 1977 e o mundo das pessoas boas em tempos ruins.”

Ambientado em Recife no ano de 1977, “O Agente Secreto” é um thriller político que segue a história de Marcelo (Moura), um especialista em tecnologia que foge de um passado misterioso e volta ao Recife em busca de paz. Contudo, ele logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura.

Além de Moura no papel principal, o longa ainda conta a presença de diversos talentos conhecidos, como Maria Fernando Cândido, Gabriel Leone, Carlos Francisco, Roberio Diogenes, Hermila Guedes, Isabél Zuaa e Alice Carvalho.

Após essa sua passagem em Cannes, “O Agente Secreto” participará da competição oficial do Sydney Film Festival, que será realizada entre os dias 4 e 15 de junho, na Austrália.

“O Agente Secreto” estreia em breve nos cinemas do Brasil.

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