Thamirys Borsan e elenco explicam como ‘Tá Pago!’ une família e aceitação em uma comédia fitness

No Aterro do Flamengo, um dos locais mais icônicos da cidade do Rio de Janeiro, com vista para cartões-postais como o Pão de Açúcar e a Baía de Guanabara, a Ingresso.com acompanhou uma diária das filmagens de “Tá Pago!”, nova comédia dirigida por Cris D’Amato (‘S.O.S Mulheres ao Mar’).

O longa traz Thamirys Borsan na pele de Jamile, uma jovem que, após a morte da mãe, herda a academia da família e acidentalmente gasta todo o dinheiro destinado ao pagamento dos funcionários. Enquanto tenta reconquistar a confiança da equipe e salvar o negócio, ela enfrenta a inesperada concorrência de Marcos Red – vivido por Pedro Ottoni –, o dono de um box de CrossFit recém-inaugurado na mesma rua, que logo se torna seu maior rival e desperta a faísca de novas emoções.

Durante a entrevista, Thamirys abordou o significado profundo de seu primeiro protagonismo nos cinemas. Ela destacou que, para além de um importante marco em sua carreira, dar vida a Jamile é uma oportunidade de quebrar barreiras e discutir a importância da representatividade em um cenário que nem sempre se demonstra acolhedor:

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“Está sendo especial, muito legal mesmo. Venho tentando levar sem toda a pressão que envolve o protagonismo (...) acho que enquanto mulher gorda e tudo mais, é difícil se inserir nesse mundo fitness. A gente tem muito medo dos olhares e do que vão falar, mas eu, particularmente, gosto muito da musculação e a Jamile também. Ela vai se identificando com essa academia que tem tudo a ver com ela por ser aberta para todas as pessoas e corpos, é superdiversa, como todas deveriam ser (...) enfim, esse protagonismo é muito importante para mim, para minha carreira, mas acredito que o filme vai muito além disso. Estou muito feliz por tudo”.

A atriz ainda revelou detalhes sobre a realização do sonho de colaborar com a cineasta Cris D’Amato, ressaltando que, apesar de intensa, a dinâmica de trabalho tem se mostrado extremamente sinérgica:

“Eu conheci a Cris em ‘Sem Filtro’ – ela era supervisora geral, não ficava tão próxima da gente, mas quando nos vimos pela primeira vez, pensei: ‘É o meu sonho essa mulher dirigir a gente’. Está sendo incrível, perturbo tanto ela que se vocês soubessem... eu falo que sou a ‘assistente de direção’ dela. A Cris é maravilhosa, ela sai correndo do outro lado do set para falar alguma coisa, sempre com a cabeça pensando em todos os detalhes”.

A admiração se mostrou mútua. À Ingresso.com, Cris não apenas demonstrou carinho recíproco pela atriz, como também relembrou que desde o primeiro contato profissional com Thamirys, já havia enxergado seu grande potencial:

“Em ‘Sem Filtro’ ela já tinha chamado a minha atenção: ‘Nossa, que menina boa atriz, né?’. Tem um diferencial, um humor que eu gosto demais. E, coincidentemente, quando eu cheguei para fazer ‘Tá Pago!’, a Thamirys já estava aqui. Então, para mim foi uma grata surpresa, uma delícia, porque ela realmente é uma pessoa muito carismática. Como ela falou, brinco que ela é minha assistente”.

Pedro Ottoni, responsável por dar vida ao complexo Marcos Red – o rival que é, ao mesmo tempo, o potencial interesse amoroso da protagonista –, falou sobre o desafio de interpretar um antagonista pela primeira vez, explicando como a toxicidade do seu personagem é o motor para a principal crítica do longa:

“Tem muitas coisas interessantes, mas eu acho que a possibilidade de fazer um vilão pela primeira vez foi o que mais me atraiu. Normalmente, eu faço muita comédia, sempre o personagem que precisa ‘ser gostado’ pelo público. Então é libertador poder fazer o oposto disso, ter que fazer as pessoas adorarem me odiar (...) Mas espero que entendam que cada um está treinando para uma coisa diferente quando se está em uma academia. Não necessariamente por estética, as vezes é apenas para ter uma vida mais saudável. Espero que o Marcos abra os olhos dos espectadores, faça-os refletir: ‘Isso não é muito saudável, essa competitividade, essa energia que ele transmite’”.

Micael Borges, que também compõe o elenco, traçou um paralelo entre essa postura competitiva de Marcos (Ottoni) e a abordagem mais empática de João, seu personagem, reforçando como “Tá Pago!” propõe essa visão mais inclusiva do universo fitness:

“Ele [João] é um cara centrado, estudioso, que sonha em ser um fisioterapeuta. Então, ele se conecta diretamente com a saúde, com a família e com a academia [de Jamile] por ser uma galera que se preocupa com o bem-estar. Já o Marcos é mais competitivo, mais estético, tem que estar saradão (...) essa parte da família é muito importante, foge do estereótipo, traz uma academia de bairro, que já tem certa tradição, para competir com outra de uma geração mais nova. O público vai se identificar especialmente por conta disso, dessa união”.

Optando por explorar a veia cômica da produção, a experiente Flávia Reis – outra grande estrela do filme –, refletiu como o próprio ambiente da academia funciona como um cenário fértil para o humor:

“O espaço da academia dá muito gancho para a comédia. Tem os aparelhos, as rotinas, já dá para fazer algo engraçado com um personagem que não aguenta o peso, mas quer levantá-lo. Esse circuito que estávamos gravando hoje é muito bacana porque tem algumas provas para fazermos, então tudo isso abre margem para desenvolver comédia, para um humor físico. É um universo propício para isso”.

Atuando tanto na frente das câmeras, como o personagem Whey, quanto por trás, como sócio-fundador da produtora Black Pen Filmes, Jonathan Haagensen expressou seu entusiasmo com o primeiro filme independente da empresa, sem poupar elogios ao comprometimento de todos os envolvidos no projeto:

“Desenvolver tudo a partir da Black Pen, reunir esses talentos, a diretora que é especialista em dirigir humor, em um filme que tem uma profundidade, está sendo um processo muito divertido. Eu como não tenho tanta propriedade com o gênero estou gostando bastante. A equipe está muito dedicada, engajada em promover um grande trabalho e trazer para as telas um filme lindo, divertido, que acho que todos vão perceber assim que assistirem”.

Ao final, complementando a visão de Jonathan, Cris apontou como possuir uma equipe formada por novos talentos resulta em uma comunicação ampla, o que, para ela é um grande diferencial:

“É uma equipe maravilhosa, tem a Lílis Soares como a diretora de fotografia, que eu amo, a Black Pen, que eu tenho um enorme carinho – pelo Jonathan e pela Mariana Veil. São pessoas fáceis de trocar ideias, conversar... produtores muito jovens, não tem vícios. Acaba gerando uma facilidade, sem dúvida nenhuma”.

Demais detalhes sobre “Tá Pago!”, como previsão de lançamento do trailer e data de estreia nos cinemas, ainda não foram divulgados.