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Encanto | Disney e a trajetória das animações fora do eixo Europa-Estados Unidos

Nova produção do estúdio, em cartaz nos cinemas, é ambientada na Colômbia

Mariana Assumpção
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Encanto | Disney e a trajetória das animações fora do eixo Europa-Estados Unidos

Encanto, a mais recente animação da Walt Disney Animation Studios, conta a história da família Madrigal, cujos membros possuem dons únicos e extraordinários.

No trailer acima, descobrimos que todos os Madrigal são dotados de poderes mágicos, com exceção da jovem Mirabel. Ela divide a casa, que ganhou vida através da magia, com seus parentes em harmonia, embora se sinta um pouco deslocada por ser diferente dos demais. Um dia, eles acabam descobrindo que o poder que cerca o Encanto corre perigo, e Mirabel pode ser a única capaz de salvar a sua família.

Além de trazer muita música, magia e personagens incrivelmente carismáticos, Encanto narra uma história passada na Colômbia, recheada de signos e costumes inerentes à cultura do país. Não é de hoje que a Disney passou a explorar a diversidade cultural em suas produções - Raya E O Último Dragão (Sudeste Asiático), Viva - A Vida É Uma Festa (México) e Operação Big Hero (Japão) são exemplos recentes, mas isso não foi uma constante ao longo dos anos de atividade do estúdio.

ALÔ, AMIGOS E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Apesar de ter produzido animações baseadas em contos estrangeiros anteriormente, como Pinóquio (Itália) e Branca de Neve e os Sete Anões (Alemanha), a Disney sempre se limitou a retratar histórias que se passavam no eixo Estados Unidos-Europa.

Foi apenas em Alô Amigos, longa-metragem lançado em 1942, que o estúdio trouxe para as telonas personagens e cenários típicos da América do Sul - ou melhor, alinhados à leitura da cultura latina pelos olhos do próprio Walt Disney e de sua equipe, após visitas a países como o Brasil, Peru e Bolívia.

O longa também marca a estreia do inesquecível Zé Carioca, o papagaio baseado na imagem do “malandro” da cidade do Rio de Janeiro.

O filme foi um grande sucesso e bastante bem-recebido pelo público, e isso motivou o estúdio a produzir outro longa em sequência, chamado Você Já Foi à Bahia? (1944). A história é protagonizada pelo Pato Donald, Zé Carioca e Panchito, um adorável galo vermelho mexicano.

Ambas as produções foram motivadas pelos eventos da Segunda Guerra Mundial, fazendo parte da chamada Política da Boa Vizinhança. Walt Disney e sua equipe foram enviados ao Brasil pelo presidente Franklin D. Roosevelt, para estudar nossas terras e cultura e retratá-las da forma mais positiva possível. A manobra, além de trazer novos personagens e histórias para o catálogo do estúdio, foi uma tentativa de manter países latino-americanos mais afastados do nazismo e do fascismo europeu, e criar laços diplomáticos com os Estados Unidos durante o conflito que assolava o planeta.

OS ESTEREÓTIPOS NAS ANIMAÇÕES

Depois da dupla de filmes com cenários e personagens baseados na cultura de países da América Latina, a Disney seguiu contando histórias que, majoritariamente, eram ambientadas em países da América do Norte ou Europa.

Além disso, a base para as (poucas) produções que se passavam fora desse eixo, estava sempre fincada em narrativas contadas por meros observadores, e não pelos membros efetivos das culturas as quais pretendiam retratar.

Mogli - O Menino Lobo (1967), por exemplo, foi inspirado no romance The Jungle Book, do escritor Rudyard Kipling. Embora tenha nascido na Índia, o autor, ainda criança foi viver na Inglaterra, já que seus pais eram imigrantes em seus país de origem. Kipling escreveu, por anos, sobre o seu conflito identitário, e é inegável que a representação de alguns personagens da animação, baseada em sua obra, está carregada de estereótipos negativos sobre os indianos e sua cultura.

Não por acaso, o streaming do Disney+ exibe um aviso aos usuários que assistem a Mogli - O Menino Lobo, salientando que a animação clássica pode conter “representações negativas e/ou maus-tratos de pessoas ou culturas. Esses estereótipos estavam errados na época e estão errados agora”.

Outro famoso caso de desrespeito à cultura aconteceu em Mulan (1998), mais especificamente relacionado ao personagem Mushu. O carismático dragão, embora tenha cativado crianças e adultos na época, retratava uma figura mitológica sagrada para os chineses, símbolo de sabedoria e respeito, e trazer o ser como um alívio cômico para a animação foi alvo de diversas críticas na China.

No live-action da heroína, lançado em 2020, o personagem ficou de fora. A diretora Niki Caro e os produtores, além de prezarem pelo realismo, decidiram retirar Mushu da história como forma de respeito à cultura tradicional chinesa.

A REPRESENTATIVIDADE E A DIVERSIDADE CULTURAL NAS PRODUÇÕES ATUAIS

Hoje em dia, mesmo que a Disney possua um histórico questionável - pelo qual a própria empresa faz questão de se desculpar -, o estúdio passou a entregar diversas produções contemporâneas mais assertivas, principalmente no que diz respeito à diversidade cultural e étnica.

Moana - Um Mar de Aventuras (2016), Raya E O Último Dragão (2020) e até mesmo Encanto, são protagonizados por heroínas fortes, donas de suas histórias e destinos, que ostentam diversos signos e características, até então, jamais vistos em adaptações e roteiros originais da Disney. Suas figuras e narrativas corroboram com o aumento da representatividade nessas produções, e são capazes de gerar identificação em crianças e adultos que, até pouco tempo, não eram capazes de fazê-lo em plenitude.

Encanto traz para as telonas uma família amorosa e divertida, com a qual muitos irão se identificar. Além de uma história e moral inspiradoras, o longa é embalado por canções originais, compostas por Lin-Manuel Miranda, que ajudam a ditar o ritmo leve e envolvente da animação.

O filme, que já conta com 92% de aprovação dos críticos do Rotten Tomatoes, estreou nesta quinta-feira (25), e segue em cartaz exclusivamente nos cinemas - garanta já o seu ingresso para o longa através do nosso site ou app.

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