Em Trem-Bala, longa que chegou aos cinemas do Brasil na última quinta-feira (4), Brad Pitt interpreta Joaninha (Ladybug), um assassino que encara sua última - e mais desafiadora - missão.

O filme é eletrizante e, embora venha dividindo opiniões da crítica, tem agradado o público que já teve a oportunidade de vê-lo nos cinemas.

O diretor David Leitch optou por escolhas arriscadas, tendo como base as mais variadas inspirações. Autorreferências que aludem à trajetória do cineasta, clássicos do suspense e homenagens a grandes realizadores da sétima arte estão lá, numa mistura insana e assertiva para muitos. Descubra algumas delas:

A GALHOFA DE DEADPOOL

Responsável pela direção de Deadpool 2 (2018), produção marcada pela comédia escrachada, Leitch repete a fórmula em Trem-Bala. Violência e galhofa ajudam a ditar o ritmo cômico do filme - para quem curtiu o segundo longa do mercenário tagarela da Marvel, a nova aposta de Leitch é um prato cheio para o riso.

AS CORES E COREOGRAFIAS DE JOHN WICK

David Leitch é um dos produtores da saga John Wick, na qual Keanu Reeves, veterano de Hollywood, dá vida a um matador de aluguel - qualquer semelhança com Brad Pitt no longa não é mera coincidência.

Além disso, as cenas de luta primorosamente coreografadas, marcas da franquia estrelada por Reeves, se repetem em Trem-Bala. A estética das produções também tem muitas semelhanças: o neon noir preenche a tela com cores vibrantes em ambas, recurso também usado por Leitch em Atômica (2017), num espetáculo esteticamente agradável de luzes e sensações.

O FRENESI DE GUY RITCHIE

Outra referência do cineasta são as produções dirigidas por Guy Ritchie. O diretor é conhecido pelo ritmo acelerado de seus filmes, e velocidade em Trem-Bala é o que não falta. Flashbacks constantes, câmera lenta e uma montagem frenética também são características do longa de Leitch vistas também na autoralidade de Ritchie.

O SUSPENSE DE AGATHA CHRISTIE

O roteiro de Trem-Bala é baseado no livro japonês Maria Beetle (Maria Bītoru), escrito por Kōtarō Isaka em 2010. Diversas adaptações foram realizadas, como de costume no cinema, e o original acaba sendo um thriller menos cômico que sua versão para as telonas.

A obra de Isaka também se passa num trem, e explora a dinâmica de passageiros que têm seus destinos e objetivos entrelaçados. Ainda que a premissa esteja presente no romance, é impossível não se lembrar da trama intricada de um clássico da literatura policial ao assistir ao filme: Assassinato no Expresso Oriente, da Dama do Crime Agatha Christie, é uma das bases para a história do longa.

OS VALORES DE THOMAS E SEUS AMIGOS

Esta é, sem dúvida, uma das referências mais inusitadas - e divertidas - da produção. É muito difícil imaginar como uma animação infantil pode estar tão fortemente presente em Trem-Bala, mas sim, ela está lá - e funciona tanto como alívio cômico, quanto para resolver alguns dos mistérios da trama.

O GORE DE TARANTINO

Por fim, um dos diretores mais autorais de Hollywood é uma das principais inspirações de Leitch e do próprio Isaka, escritor do livro.

Quem já assistiu a Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994), roteirizado e dirigido por Quentin Tarantino, com certeza se lembra da misteriosa maleta, que acaba aparecendo em cenas importantes, mas nunca tem seu conteúdo explicitamente revelado. Em Trem-Bala, o mesmo objeto é responsável por agitar os ânimos a bordo, e o que a maleta carrega é também um mistério.

A sangria pronunciada é outra marca registrada de Tarantino a qual David Leitch fez questão de usar e abusar em Trem-Bala, e a estrela Brad Pitt, um dos atores queridinhos do diretor (ele atuou em Bastardos Inglórios e Era Uma Vez Em… Hollywood) também referencia, mesmo que indiretamente, o legado de Tarantino.

Trem-Bala chegou aos cinemas na semana passada, e segue em cartaz nas telonas - garanta o seu ingresso por meio do nosso site ou app.

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