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Cidade de Deus, 20 anos depois: como filme de Fernando Meirelles mudou a história do cinema nacional

Longa é considerado um dos últimos do Cinema da Retomada

Mariana Assumpção30/08/2022 | 17:27
Cidade de Deus, 20 anos depois: como filme de Fernando Meirelles mudou a história do cinema nacional

Ao longo dos anos, a produção de cinema no Brasil sofreu com uma série de altos e baixos. Períodos marcados pela ascensão do Cinema Novo, das Pornochanchadas e do Cinema Marginal foram abafados por uma intensa crise econômica, que atingiu um de seus piores momentos durante o governo de Fernando Collor, no início da década de 1990.

Ministérios, órgãos e leis de incentivo à produção audiovisual foram extintos, porém, como de costume, o cinema nacional ressurgiu das cinzas em um movimento conhecido como Retomada. Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1995), dirigido por Carla Camurati, é considerado um marco do Cinema da Retomada, levando mais de um milhão de espectadores às telonas.

Até o início dos anos 2000, a quantidade de longas-metragens brasileiros só cresceu, e um dos filmes mais emblemáticos do nosso cinema é reconhecido por concluir a Retomada e ajudar a consolidar uma nova fase de fomento à sétima arte nacional: Cidade de Deus (2002).

Baseado no livro homônimo de Paulo Lins, com roteiro adaptado por Bráulio Mantovani, o longa foi codirigido por Kátia Lund e Fernando Meirelles, e é um dos primeiros trabalhos cinematográficos da dupla. Desde então, Meirelles esteve à frente de outros filmes aclamados, como O Jardineiro Fiel (2005), Ensaio Sobre a Cegueira (2008) e Dois Papas (2019).

Porém, como a produção, que completa duas décadas de estreia nesta terça-feira (30), tornou-se uma das maiores já feitas no nosso país?

UM FAVELA MOVIE DE DENTRO PARA FORA

Em 30 de agosto de 2002, Cidade de Deus estreou em menos de cem salas espalhadas pelo Brasil - quantidade que, mesmo para os padrões do cinema nacional, é bastante tímida.

Com a intenção de retratar o surgimento de uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, trazendo personagens e suas vidas que se entrelaçam à história da região que o intitula, um dos diferenciais do filme era o seu elenco.

Apesar de contar com atores consagrados na equipe, como Matheus Nachtergaele, Cidade de Deus trouxe atores e não atores da própria favela e de outras comunidades periféricas cariocas. Alexandre Rodrigues, Jonathan Haagensen, Douglas Silva, Seu Jorge e tantos outros nomes fizeram parte da iniciativa, que ajudou o filme a chegar ainda mais próximo da realidade do local escolhido como cenário, e gerou uma identificação potente na audiência. Em poucas semanas, mais salas de cinema passaram a exibir o longa, que foi visto por milhões de brasileiros.

"Dadinho é o caralh*, meu nome agora é Zé Pequeno", frase dita pelo ator Leandro Firmino, entre tantas outras, caíram no gosto popular e alavancaram o sucesso do filme.

PRÊMIOS E RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

Cidade de Deus não apenas ganhou o público geral, que abraçou o filme nas salas de cinema do Brasil: ele também foi aclamado pelos críticos e especialistas, sendo exibido e premiado em diversos festivais de cinema mundo afora.

A pré-estreia mundial aconteceu no Festival de Cannes, um dos mais renomados eventos da sétima arte. Embora não tenha participado da competição, Cidade de Deus chamou a atenção de quem assistiu, e foi destaque no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, Festival de Cartagena, BAFTA, Globo de Ouro e outras premiações.

Em 2003, após seu lançamento no circuito internacional, o filme pôde enfim tornar-se elegível para o Oscar. Assim, na cerimônia da Academia do ano seguinte, Cidade de Deus concorreu em quatro categorias: Melhor Direção, Roteiro Adaptado, Edição (para Daniel Rezende, diretor dos filmes da Turma da Mônica) e Fotografia.

Há 20 anos, mais de 3,3 milhões de brasileiros assistiam a Cidade de Deus nos cinemas, e hoje, ele é o segundo filme não-estadunidense mais visto no planeta. Pouco tempo depois de sua estreia, novas leis e iniciativas ajudaram a dar fôlego às produções nacionais, e o longa, sem dúvida, corroborou para que o nosso país e o restante do mundo enxergassem a potência e excelência da sétima arte brasileira.

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