O FBI foi atrás da Barbie? Polêmicas e curiosidades sobre 5 bonecos da Mattel que saíram de linha

Com 64 anos de história e amada por crianças e adultos desde a sua criação, a Barbie, um dos brinquedos mais populares do planeta, agora arrasta multidões para os cinemas.

Na última quinta-feira (20), o live-action inspirado em seu universo cor-de-rosa estreou nas telonas do Brasil, e consolidou-se como uma das maiores pré-vendas da história da Ingresso.com.

No vídeo acima, parte do elenco de "Barbie" comenta sobre suas memórias infantis relacionadas à boneca, e diversos modelos do brinquedo são mostrados. Ao longo dos anos, a Mattel produziu milhares de exemplares diferentes, e a Barbie já teve mais de 200 profissões que inspiraram meninos e meninas de todo o mundo.

Porém, nem todos as apostas da empresa foram bem-sucedidas: alguns brinquedos geraram tantas polêmicas que precisaram ser descontinuados depois de chegarem às prateleiras. Conheça alguns deles, que aparecem no live-action da boneca:

1 | ALLAN, O AMIGO ESQUECIDO DO KEN

No longa, Michael Cera dá vida ao personagem, o único de seu "modelo" em toda a Barbielândia. O boneco foi criado em 1964 como o melhor amigo do Ken, que surgiu alguns anos antes como o namorado da Barbie.

Seu maior atrativo era o fato de que todas as roupas do Ken lhe serviam, mas isso não foi o suficiente para que ele fizesse sucesso entre as crianças. Esquecido por anos, uma nova versão foi lançada na década de 1990, e seu nome mudou para Alan.

Mais uma vez, Alan e Midge, sua namorada, não estavam entre os brinquedos mais vendidos da Mattel. Contudo, a empresa não desistiu de comercializar o casal e, nos anos 2000, eles fizeram parte de um set de brinquedos que gerou burburinho entre os adultos.

2 | MIDGE: A BONECA GRÁVIDA QUE ASSUSTOU AS FAMÍLIAS

Margaret Hadley Sherwood, também conhecida como Midge, é a boneca interpretada por Emerald Fennell no filme. Ela surgiu na década de 1960, como vizinha e melhor amiga da Barbie e, assim como Allan, não emplacou no mercado, embora tenha sido relançada ao longo dos anos.

Em 2002, Midge chegou às prateleiras em uma versão grávida, na qual o bebê poderia ser retirado de sua barriga. Ela, que já era mãe de Ryan, seu primeiro filho com Alan, gerou um escândalo entre as mães e pais da época: segundo uma reportagem do USA Today, os responsáveis pelas crianças alegavam que Midge era um mau exemplo, capaz de incentivar a gravidez na adolescência:

"Os clientes estavam preocupados", disse Cynthia Illick, porta-voz do Wal-Mart, na ocasião. Em 13 de dezembro do mesmo ano, a varejista decidiu interromper as vendas da Midge grávida:

"O que tentamos fazer foi ouvir o que nossos clientes queriam. Nesse caso, decidimos retirar o produto das gôndolas. Acho que foi uma situação única", explicou Cynthia.

3 | SEUS SEIOS ESTÃO CRESCENDO, SKIPPER!

Segundo a série "Brinquedos que Marcam Época", da Netflix, na década de 1970, um funcionário da Mattel quis homenagear sua filha, que acabara de entrar na adolescência, com a boneca Growing Up Skipper, lançada em 1975.

Porém, a forma de representar o início da puberdade de Skipper não foi das mais lúdicas: os seios da boneca, vivida no longa pela atriz Hannah Khalique-Brown, cresciam quando as crianças giravam um de seus braços.

A ideia bizarra foi completamente rejeitada pelas famílias da época, e ela saiu de linha logo depois, em 1977.

4 | A BARBIE NÃO SABE SOMAR?

Em 1992, a Teen Talk Barbie se tornou famosa por vir com uma caixa de som acoplada, fazendo com que a boneca pudesse gerar algumas frases durante as brincadeiras.

Além de "eu adoro comprar, e você?", que incentivava o consumismo, uma das bonecas dizia que "a aula de matemática é difícil!", corroborando com estereótipos negativos sobre as mulheres e ciências exatas.

"Eu tenho uma filha na segunda série, e a última mensagem que eu quero que ela ouça é que, por alguma razão, matemática é algo mais desafiador do que qualquer outra matéria que ela estude", disse a advogada Susan Cramer, à época, em entrevista ao NewsWatch 7.

Educadores e grupos ativistas criticaram a boneca, pressionando a Mattel a remover a frase dos novos modelos e oferecer reembolso àqueles que a adquiriram antes da atualização.

Marisa Abela aparece brevemente no filme como a boneca, que já inspirou um episódio da série animada "Os Simpsons".

5 | BARBIE VIDEO GIRL E UM ALERTA DO FBI

Em meados da década de 2000, quando os smartphones e as câmeras digitais já eram bastante populares, os executivos da Mattel tiveram uma ideia: que tal criarmos uma boneca que pode ajudar a eternizar as brincadeiras mais divertidas das crianças?

Assim nasceu a Barbie Video Girl, lançada em 2010 pela empresa. Com uma câmera acoplada e uma tela de LCD, que reproduzia as imagens captadas, meninas e meninos podiam fazer upload dos vídeos por meio de um software exclusivo, e assistir a todos eles em seus computadores pessoais.

Porém, o que Mattel não previu foi potencial perigo que a boneca oferecia às crianças: uma reportagem da NPR, publicada logo depois que a Barbie Video Girl chegou às lojas, afirma que o FBI emitiu um alerta para que pais e policiais ficassem atentos ao dispositivo - o órgão federal acreditava que a Barbie poderia ser usada por pedófilos, como uma câmera escondida para captar imagens das crianças.

Embora a Mattel não tenha se pronunciado prontamente após o alerta, em 2012 a Barbie Video Girl foi descontinuada.

Esses e muitos outros brinquedos inusitados aparecem em "Barbie", dirigido por Greta Gerwig. O filme é o primeiro live-action inspirado na famosa boneca, que já foi tema de muitos longas-metragens em animação.

Margot Robbie dá vida à personagem principal, ao lado de um elenco formado por Ryan Gosling, Issa Rae, Dua Lipa, Simu Liu, Will Ferrel e muitos outros grandes nomes de Hollywood.

Com roteiro coescrito por Gerwig e Noah Baumbach, o longa segue em cartaz no Brasil, exclusivamente nos cinemas - garanta o seu ingresso por meio do nosso site ou app.

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